Capitulo dez.
O mundo estava agitado ao redor dele, as pessoas andavam
desesperadas com a notícia repentina, procuravam uma resposta para isso, uma
resposta verdadeira. E ela estava ali, no meio daquela multidão enlouquecida,
ele estava ali.
E parecia que a cada pessoa desesperada que ele via, lhe
acrescentava mais excitação.
O sorriso sádico de um caçador sedento se formava ali no
seus lábios grossos e bonitos.
Mas, o sorriso logo sumiu ao chegar no local do acerto de
contas.
Uma mulher alta, de cabelos longos loiros, estava sentada à
espera dele. Ela estava vestida com um vestido preto, e tinha uns olhos
castanhos lindos.
E ele admirou aquela beleza por alguns segundos, até
lembrar- se do que fora fazer ali.
Parou em frente à ela, e ela levantou-se, era alta, mas não
chegava a ser do tamanho dele. Ela sorriu.
- você é bom nisso. – elogiou-o. – já pode tirar o capuz.
Ele sorriu, mas não era um sorriso bom. E então ela
hesitou.
Ele tirou o capuz e a olhou.
Ela ficou perplexa, talvez surpresa, talvez até admirada,
talvez até temerosa. Ela não sabia, estava até confusa demais.
Ele era lindo, bem, de certa forma. Senão fosse pelo olhar
vazio.
Tinha cabelos pretos, olhos castanhos, e quando digo
castanhos, digo castanhos mesmo.
E um corpo atlético. Chegava a ser sedutor, mas parecia nem
ter chegado aos vinte e um anos. Devia ser apenas um jovem. Um jovem de um
olhar ameaçador, e um sorriso pior ainda.
- meu Deus, você já passou dos vinte anos? – ela perguntou
perplexa, até tentou disfarçar a surpresa, mas essa era maior que ela.
Ele não respondeu.
E ela insistiu:
- eu esperava alguém de uns trinta anos, mas olhe para
você, tão novo... – estendeu a mão para pegar no rosto dele, e ele olhou a mão
se aproximar.
- é melhor não fazer isso. – ameaçou ele.
Ela recuou a mão.
Piscou duas vezes para voltar a realidade.
Pigarreou algumas vezes e disse:
- Aqui está seu dinheiro, obrigada.
Ele pegou o dinheiro, e colocou novamente o capuz.
E virou-se para ir quando a mulher o chamou mais uma vez.
Virou-se para ela.
- posso ao menos saber seu nome? – ela perguntou,
cautelosa.
Ele sorriu, um sorriso de deboche.
- não deveria se preocupar com isso. – disse.
E ela sabia, ele havia deixado algo no ar.
E então ele continuou andando.
E ela ficou observando-o andar, parecia apenas um rapaz
qualquer, se alguém soubesse... Ah, se alguém soubesse quem era aquele rapaz.
Iria temer encontra-lo em qualquer lugar.
Em qualquer
lugar.
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