sábado, 10 de janeiro de 2015

Querido Julho

capitulo doze. 
O frio começava a apertar, mas ele já estava quase perto de casa. Já podia ver a ponta do teto que ficava exposta, apressou os passos, queria tomar um banho e trocar aquela roupa. 
Estava histérico para olhar na TV o assunto que iria percorrer vários lugares. 
Aquilo era muito doentio, mas ele gostava disso. 
A excitação que fervia o sangue. 
Abriu a porta de casa e a fechou, ansioso pelo banho, pela troca de roupas, e, consequentemente, para assistir ao jornal noticiário. 
Foi direto para o quarto, e então tirou toda a roupa em frente ao espelho enquanto ia tirando, seus olhos iam acompanhando as cicatrizes que tinha espalhadas pelo corpo. 
Mas, uma em especial, uma que ia do peitoral até a cintura, uma que se destacava de qualquer outra cicatriz que ele tinha. Uma cicatriz que ficou feia por fora, mas pior ainda por dentro. 
E então, com os dedos ele traçou ao redor da cicatriz, analisando-a. Estava fissurado por ela, mas não de uma boa forma. 
- você poderia ter sido melhor. - disse, mais para ele do que para a cicatriz. 
E então, deu um riso de desdém e foi para o banheiro. 

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