sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Querido Julho



Capitulo sete. 

Depois de terminar o trabalho, achou desnecessário guardar o corpo no saco, deixou-o ali mesmo, não porque o corpo seria pesado demais, mas porque queria saber como iriam reagir os amigos.
Pensou em deixar uma carta, mas achou que seria muito idiota fazer isso.
Tirou as luvas, limpou o canivete e saiu pela janela. Sem fazer qualquer barulho, sem deixar qualquer pista, sem sequer parecer que pelo menos passou por ali.
Pegou outro cigarro, acendeu, jogou a pá em qualquer esquina e continuou sua caminhada, como se nada tivesse ocorrido.
Como se realmente estivesse admirando ao redor, mas o pior de tudo é que ele realmente estava. 

“Trabalho concluído” pensou. 

Colocou as mãos nos bolso, pensativo.
E andou em direção à sua sina.
Iria acertar as contas.
Um acerto de contas cruel e indevido.
Ele sabia disso, mas quem disse que isso o preocupava?
Era tão excitante que chegava a ferver o sangue.

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